Ao Presidente da França Macron: Senhor Presidente, não engane o mundo! (Португальською мовою)
Na retórica do presidente francês sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia vê-se uma tentativa de reconciliar todos. Poderia ser qualificada de nobre se se tratasse de uma briga entre crianças por um brinquedo que não foi compartilhado. Sr. Presidente, não quero chateá-lo. Mas tudo é muito mais sério aqui. Eles estão mesmo tentando nos matar. Isso aparenta ser uma manifestação bastante específica de "fraternidade".
Claro, eu entendo que há eleições na França. E que no seu país está presente uma parcela de eleitorado pró-russo significativo. Mas também não se trata de enganar o mundo com teses do vocabulário de Putin composto pelas desinformações destinadas para o interior da Rússia e para o exterior. Isso é exatamente o que Putin e sua comitiva falam sobre os ucranianos como "pessoas fraternas". No entanto, esses narradores estão confusos porque ora mencionam o "povo fraterno" ora afirmam que esse povo não existe, porque "os russos e os ucranianos são a mesma coisa". Ao mesmo tempo, há um certo padrão. Quanto mais o Kremlin fala sobre a irmandade entre russos e ucranianos, mais bombas, projéteis de artilharia, mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos atingem os ucranianos. E, como você sabe, todas essas toneladas de explosivos não escolhem quem eles matam – mulheres grávidas, bebês, idosos. Os russos não ocultam suas "manifestações de amor fraterno". Durante as negociações na Turquia entre as delegações ucraniana e russa, justamente quando o chanceler russo Sergei Lavrov externou ao mundo que "a Rússia não atacou a Ucrânia", os russos bombardearam a maternidade com pesadas bombas aéreas. E, infelizmente, vemos muitos casos parecidos.
É alarmante que o presidente da França tenha feito sua declaração depois que os fatos do genocídio contra os ucranianos foram revelados nos subúrbios de Kyiv – em Irpinh, Bucha, Gostomel, Borodyanka e outras localidades. Sim, certo, conheço a versão russa que são os ucranianos que estão destruindo seus próprios hospitais, maternidades, teatros, depósitos de petróleo, armazens de alimentos e outras infraestruturas. São os ucranianos que bombardeiam suas próprias cidades e destroem bairros residenciais, matam seu próprio povo e o enterram nas covas e valas comuns. Não é de admirar – é assim que o exército de mídia malvada de Putin funciona sob o comando dos sujeitos como Vladimir Solovyov, Dmitry Kissilyov, Margarita Simonyan, Olga Skabéieva e outros. Nós na Ucrânia não entendemos essa lógica diabólica – destruir nosso próprio país para agradar alguém no Ocidente e despertar sentimentos de sacrifício? E daí, conseguir um pacote extra de ajuda humanitária em troca de um país arruinado que os abutres de Putin estão transformando em quarteirões de tijolos quebrados, como na Síria?
Porém, essa guerra de desinformação dos russos contra o bom senso funciona. E não apenas o primeiro-ministro da Hungria Orban exige provas de que os crimes de guerra na Ucrânia foram cometidos pelos militares russos, unidades de elite de Kadyrov – o capanga checheno de Putin, oficiais do Serviço de Segurança de Moscou e da Guarda russa. Ou seja, entenda-se que toda essa horda armada ocupou cidades ucranianas, ficou nelas, tomou chá e saiu educadamente? E acontece que mesmo alguns políticos não veem um nexo de causalidade entre esses eventos... Afinal, mesmo com todas as dúvidas – se não tivesse ocorido a invasão russa, não haveria destruição de infraestrutura e assassinatos...
Concordo que deve haver provas concretas de que os civis ucranianos foram mortos pelos russos. Então, caros políticos europeus, a bola está do seu lado. A Ucrânia está realizando um exame e exumação de valas comuns. Convidamos e agradecemos o envio de seus melhores especialistas. Todas as portas estão abertas para vocês. Mas mesmo antes desse momento – as consequências desta guerra com sinais de genocídio estão expostas diante de seus olhos.
A declamação da narrativa de que "os ucranianos e os russos são dois povos fraternos" que simplesmente brigaram por algum motivo, poderia funcionar como uma cortina de fumaça para matar ucranianos e destruir a Ucrânia como Estado. Porque esses mitos desviam o foco do fato objetivo: a sangrenta invasão russa da Ucrânia, a guerra em larga escala na Europa, como resultado da qual o regime de Putin demoliu cidades inteiras da face da terra, junto com seus habitantes, para motivos quase domésticos. Afinal, de costume ninguém interfere em escândalos familiares.
É bem sabida a história bíblica de Caim e Abel. Mas, senhoras e senhores, milênios se passaram desde então. E a evolução da humanidade deve avançar, não retroceder. E não temos o direito de questionar os valores universais que conhecemos, nos quais se baseia a civilização da Europa moderna.
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